sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Colecionador

  Tenho reparado um demasiado crescimento na identificação de um novo perfil de personalidade denominado “colecionadores”.  A principio de tudo, os colecionadores segundo a minha mente lúdica era a característica atribuída aos que colecionavam figurinhas, brinquedos, raridades ou coisas bobas demais descartadas pela grande massa da sociedade. Os tempos mudaram e hoje os colecionadores subiram de nível.
  Deparei-me com situações de desgaste que me cegaram e não me permitiram entender o porquê de tanta superficialidade experimentada nesta era.  O que era brincadeira ficou sério!
  Hoje temos uma “maioria” (pra não me chamarem de radical e generalizar a coisa), viciada em colecionar pessoas. Isso mesmo! Divertem-se em agrupar montes e montes de “nudes”, de palavras de afeto e carinho via tecnologias como o endeusado whatsapp e aplicativos de relacionamento.Aplicativos como o tinder por exemplo, que te expõem em uma vitrine de açougue, onde você é avaliado seriamente e severamente até o ponto de conseguir uma compatibilidade, para então assim trocar um “oi’’ e um ‘’como vai?’’ na esperança de ter feito a perfeita escolha.Infelizmente só ficou na esperança,e a viciante jornada pelo mundo das diversidades de gado a pronta escolha novamente começa. 
  Escolheram vulgarizar o amor, sentimento este que chora na tribuna para não ser esquecido e trocar o nome por medo, insegurança, instabilidade, insuficiência, desgaste e uma série de outros codinomes que tem sido atribuídos por seus "receptores" talvez.
  Perigoso perfil é este desta era. O colecionador nada mais é do que um assassino de sentimentos que lutam por resistência nesta sociedade superficialista, calculista e fria. Chega como se nada quisesse, te comove, te envolve e quando come do prato tanto esperado no restaurante caro em que nem a conta é capaz de pagar, porque ele não trabalha, se despede com seu coração na mão e com um sorrisinho falso de canto. Alerta!
  Até quando existirão justificativas para um encontro de almas? 

  Eu, que já estou ficando imune a esta virose, espero ansiosamente que a roda complete seu ciclo e finalmente consiga desfrutar de um amor tranquilo, simples e sem interesses.... ah, e principalmente, sem justificativas!