Tenho reparado um demasiado crescimento na identificação de um
novo perfil de personalidade denominado “colecionadores”. A principio de tudo, os colecionadores segundo
a minha mente lúdica era a característica atribuída aos que colecionavam
figurinhas, brinquedos, raridades ou coisas bobas demais descartadas pela
grande massa da sociedade. Os tempos
mudaram e hoje os colecionadores subiram de nível.
Deparei-me com situações de desgaste que me cegaram e não me
permitiram entender o porquê de tanta superficialidade experimentada nesta era.
O que era brincadeira ficou sério!
Hoje temos uma “maioria” (pra não me chamarem de radical e
generalizar a coisa), viciada em colecionar pessoas. Isso mesmo! Divertem-se em
agrupar montes e montes de “nudes”, de palavras de afeto e carinho via
tecnologias como o endeusado whatsapp e aplicativos de relacionamento.Aplicativos como o tinder por exemplo, que te expõem em uma vitrine de açougue, onde você é avaliado
seriamente e severamente até o ponto de conseguir uma compatibilidade, para
então assim trocar um “oi’’ e um ‘’como vai?’’ na esperança de ter feito a perfeita escolha.Infelizmente só ficou na esperança,e a viciante jornada pelo mundo
das diversidades de gado a pronta escolha novamente começa.
Escolheram vulgarizar o amor, sentimento este que chora na
tribuna para não ser esquecido e trocar o nome por medo, insegurança,
instabilidade, insuficiência, desgaste e uma série de outros codinomes que tem sido atribuídos por seus "receptores" talvez.
Perigoso perfil é este desta era. O colecionador nada mais é
do que um assassino de sentimentos que lutam por resistência nesta sociedade
superficialista, calculista e fria. Chega como se nada quisesse, te comove,
te envolve e quando come do prato tanto esperado no restaurante caro em que nem
a conta é capaz de pagar, porque ele não trabalha, se despede com seu coração
na mão e com um sorrisinho falso de canto. Alerta!
Até quando existirão justificativas para um encontro de
almas?
Eu, que já estou ficando imune a esta virose, espero ansiosamente
que a roda complete seu ciclo e finalmente consiga desfrutar de um amor
tranquilo, simples e sem interesses.... ah, e principalmente, sem
justificativas!