segunda-feira, 10 de novembro de 2014

E se tudo fosse eterno?

Comecei meu dia admirando as paisagens que me rodeavam, como sempre os arranhas céus conseguiam inibir as mensagens cósmicas que o universo pintava em cada sistema da cadeia natural. O que homem tem feito? Absolutamente nada!
Tomei fôlego e acessei a minha caixa de memórias, consegui arrancar de mim tantos sentimentos bons, que logo me transportaram para um mundo totalmente livre de toda modificação humana. Algo interessante foi acontecendo com meus pensamentos, enquanto a brisa fresca de uma manhã pós chuva soprava de leve meu rosto. Senti como se essa brisa transpassasse por entre toda matéria; era como se respirasse a mim e não o oposto como fazemos cotidianamente. Me trouxeram pensamentos de paz e harmonia, e me fez lembrar de como a vida é linda, de como acordar todas as manhãs é mágico assim como o dormir para sonhar. Me perguntei que valor daríamos aos sentimentos, as realidades, as pessoas, a construção do homem em todas as suas facetas, a  natureza, o universo... Que valor seria atribuído a toda dimensão que nos cerca, se tudo fosse eterno? Se tudo o que vivemos, sentimos, todas expressões que pude imaginar, ainda assim me perguntava, como seria se tudo fosse eterno? Pergunta que ainda persiste e persistirá cravada em mim por demasiados dias. A resposta não consigo nem imaginar, é tão subjetiva quanto o homem. Responde-la pode danificar minha visão de mundo na qual quero preservar. Até porque todos sabemos que nada é tão valioso quanto as eventualidades e singularidades da vida.

Ruan Sena