quarta-feira, 29 de julho de 2015

Quase

  É! 
  Como de costume volto eu aos meus rabiscos e rascunhos, na esperança de definir ou ao menos sentir o não sentido de tanto tempo. Parece que não moro mais em mim. Tenho me sentido estranho e vazio!
  Minha busca têm sido tão intensa e trabalhosa que me deixou fatigado e cansado. 
  A mesma parede branca que desenha as minhas palavras no quarto escuro, as mesmas plantas na janela, os filtros feitos á mão pendurados no teto, o repetido cheiro de incenso de sálvia e eu, sem entender ou saber o que pensar desta tsunami de perdas que a vida tem me feito viver. Por favor, não entenda como murmúrio, é só meu coração pedindo descanso, após bombear tanta expectativa. Pra nada!
  O tempo que me roubara, jamais será devolvido ou pago. A dor de perder, a alegria de ter e a incerteza do ''quase'', tem sido os discos mais tocados no ranking das minhas emoções. Mas a incerteza do ''quase'', é a que mais me machuca, porque "quase" é como o nada. Não se vê ninguém por aí gritando e festejando um quase amor, quase fui feliz, quase consegui roubar um beijo, quase ganhei na loteria... Não existe esta história de mais ou menos, você jamais chegou mais ou menos a um evento ou mais ou menos completou aniversário, nãoooo, o tempo é certo, objetivo e eficaz. 
  Fico preocupado com o coração das pessoas, que não bombeiam mais sentimentos puros e nobres e priorizam a matéria que mal passa por suas veias e que causam enormes danos a alma.
  Bom, meu tempo está quase...
  Não mesmo! Meu tempo é terminado aqui e nada de ''quase'', já fui mais ou menos e usei de incertezas e não deu certo, agora até que o meu coração almeje novos sentimentos serei completo em certezas e não mais darei espaço para a dúvida. 
  Que assim seja!


Ruan Sena
Véspera de Lua Azul