quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sobre alguns dias

Já sei namorar, beijar de língua e estou sonhando a muito tempo... 
Não consigo mais definir meu estado emocional, classificá-lo pode ser muito perigoso, pois me traz a sensação de infinito. São infinitas minhas sensações e percepções, não que eu tive escolha em me reconstruir no desconhecido tantas vezes, mas fui submetido de certa forma a esta condição; a condição apenas de conviver com o sentimento de perda, ausência e solidão. Dramático não?!
A ausência da certeza deu espaço a frieza, e fez das minhas palavras ásperas. Tenho percebido o quanto tenho mudado, as minhas escolhas não são as mesmas, as músicas, cores, cheiros, amizades, sentimentos e sensibilidades, tudo mudou... A única coisa que permanece intacta e insiste em sobreviver é a tal ausência de ninguém. Sim, não tenho ninguém, nenhuma lembrança tão enraizada a ponto de me fazer querer transbordar o Graal. 
Alguns devem estar lendo estas minhas palavras neste exato momento, acompanhado de uma boa música, cia ou até mesmo com boas risadas se identificando com elas ou as ridicularizando. Não tenho medo de ser vulnerável, assumo o que sou, um ser em construção constante, que muitas vezes se perde pelo caminho pedregoso da vida. Acredite, não somos mais humanos ou menos, por evidenciar o coração partido, demonstrar que ama, sofrer a perda de queridos, mostrar o sorriso amarelado... Somos humanos pelo simples fato de ser, não tem o que explicar ou justificar, e este tem sido o erro mais retrógrado e fatal de nossa sociedade. Temos morrido aos poucos, deixado que toda massa manipuladora dos maiores comprometessem toda uma experiência divina nesta dimensão terrestre, temo-nos deixado tomar pela virose do mundo, que mata mais do que qualquer doença, o medo.
Simples e fácil é se justificar pelo medo, porque nem o próprio sentimento se compromete a exatidão de suas sensações, tão incerto e mascarado, covarde,perdido e comprometido com a camada grossa que corrompe sua visão e o impede de ver a sutileza e a beleza de simplesmente acreditar.


Ruan Sena


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Colecionador

  Tenho reparado um demasiado crescimento na identificação de um novo perfil de personalidade denominado “colecionadores”.  A principio de tudo, os colecionadores segundo a minha mente lúdica era a característica atribuída aos que colecionavam figurinhas, brinquedos, raridades ou coisas bobas demais descartadas pela grande massa da sociedade. Os tempos mudaram e hoje os colecionadores subiram de nível.
  Deparei-me com situações de desgaste que me cegaram e não me permitiram entender o porquê de tanta superficialidade experimentada nesta era.  O que era brincadeira ficou sério!
  Hoje temos uma “maioria” (pra não me chamarem de radical e generalizar a coisa), viciada em colecionar pessoas. Isso mesmo! Divertem-se em agrupar montes e montes de “nudes”, de palavras de afeto e carinho via tecnologias como o endeusado whatsapp e aplicativos de relacionamento.Aplicativos como o tinder por exemplo, que te expõem em uma vitrine de açougue, onde você é avaliado seriamente e severamente até o ponto de conseguir uma compatibilidade, para então assim trocar um “oi’’ e um ‘’como vai?’’ na esperança de ter feito a perfeita escolha.Infelizmente só ficou na esperança,e a viciante jornada pelo mundo das diversidades de gado a pronta escolha novamente começa. 
  Escolheram vulgarizar o amor, sentimento este que chora na tribuna para não ser esquecido e trocar o nome por medo, insegurança, instabilidade, insuficiência, desgaste e uma série de outros codinomes que tem sido atribuídos por seus "receptores" talvez.
  Perigoso perfil é este desta era. O colecionador nada mais é do que um assassino de sentimentos que lutam por resistência nesta sociedade superficialista, calculista e fria. Chega como se nada quisesse, te comove, te envolve e quando come do prato tanto esperado no restaurante caro em que nem a conta é capaz de pagar, porque ele não trabalha, se despede com seu coração na mão e com um sorrisinho falso de canto. Alerta!
  Até quando existirão justificativas para um encontro de almas? 

  Eu, que já estou ficando imune a esta virose, espero ansiosamente que a roda complete seu ciclo e finalmente consiga desfrutar de um amor tranquilo, simples e sem interesses.... ah, e principalmente, sem justificativas!



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A baleia e o Autocontrole


Sensibilidade, força e autoconhecimento, são características que compõem este animal de poder. As baleias são consideradas animais muito sensíveis, porém dotadas de uma suprema ancestralidade energética que justificam tanto seu comportamento em si, quanto sua influência no espaço onde vive.

Exercem a faculdade da sabedoria primária, associando-a no reino animal como a anciã. Ela é a mãe de todos os seres aquáticos sem dúvidas. Exala uma ancestralidade registrada semelhante aos antigos registros da Mãe Terra.

Conectando a esta energia, consegue-se acessar a sabedoria e o próprio pulsar do coração do universo, despertando a compreensão numa dimensão sentimental e psicológica. Os sons emitidos por ela nos inspiram o equilíbrio do corpo emocional, nos ensinando os segredos mais profundos como os oceanos que habita, e a escutar a nossa voz interior. É um extremo e interessante convite de exploração do subconsciente, para se compreender as façanhas da vida e aventurar em nossas próprias histórias.

Evocar esta energia requer muita cautela, paciência e sensibilidade. A energia da baleia tem uma capacidade de cura muito profunda e age diretamente no alívio de tensões espalhadas pelo corpo físico. Tem uma bonita ligação com a fidelidade e a lealdade, principalmente quando se trata de amizades.

Sabe-se que a baleia é um animal que adora migrar e sempre procura os melhores e mais apropriados locais para descansar após longos dias de viajem. Partindo desta característica, é obvio que sua energia também está ligada a mudanças e viagens.

O autocontrole é uma das características mais interessantes. Por se tratar de um animal correspondente as energias elementais da água, gostaria de abrir sua mente para uma interpretação bastante interessante. O elemento água está ligado diretamente ao nosso emocional e intuição. A baleia tanto pode navegar no mais profundo oceano elegantemente e submergir as superfícies dos mares. Consegue estabelecer com eficiência o autocontrole sobrevivendo as grandes tempestades dos oceanos e descansar nas águas tranquilas das marés.

O oceano está ligado nesta simbologia aos sentimentos e intuições mais profundas, estabelecendo 
uma interessante relação com as energias da emoção e criatividade. As águas mais tranquilas e calmas agregam a energia da tranquilidade e segurança.


Falando em aspectos oníricos (a natureza dos sonhos), este cetáceo traz uma curiosa característica de renascimento e espiritualidade, anunciando alegres acontecimentos principalmente no campo afetivo. Se a baleia aparece numa figura agressiva, pode estar relacionada a mudanças imediatas e dolorosas, reflete o temor de ser magoado ou injustiçado numa situação de desconforto e muitas vezes trágico.


quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Reflexo

Me perdi em minhas margens
Já nem sei mais que eu sou
Nem reconheço minha imagem
Dilacerada pelo tempo que passou
Meus contornos e adornos foram emersos no desconhecido
Desconfigurando e desintegrando-me o reflexo
Eu sei que sou e estou vulnerável e complexo
Recolhendo meus pedaços deixados na estrada
Quem sou eu, dentro desta esfera invisível que é a vida?
Não sei, não mais, só lhe peço que não me roube a pouca memória bebida
Já não me sobra nada
Sou falha
Sou resto
Regresso


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Os segredos da libélula


Em quase todas as culturas espalhadas pelo mundo, a libélula simboliza a mudança. Um inseto frágil e dotado de uma beleza única traz uma perspectiva de auto-realização e maturidade psicoemocional nos remetendo a uma profunda reflexão sobre os principais aspectos da vida e o seu lugar demarcado nela.

Ir além da superfície as vezes é doloroso para qualquer um que esteja acostumado com as superficialidades desta era moderna, que cada vez mais nos escraviza na matéria e nos torna por consequência seres humanos banais e pouco dotados de empatia. A energia deste pequeno ser, nos inspira a ir além da superfície e olhar para o espelho. Sua relação com a água por exemplo é justamente a incitação deste ato, ir além do que se palpa e se compor nas implicações mais profundas no aspecto da vida.

Seu poder se define evidentemente nas realizações de objetivos de forma mais simples e eficiente, executando-os com uma elegância e grandiosidade sentimental admirável.

Exerce a medicina da ilusão, ou seja, nos auxilia a encontrar saídas e estratégias como foco em derrotar de vez as auto-ilusões criadas ao decorrer da vida. Evidencia sua iridescência (propriedade de um objeto para se mostrar em cores diferentes dependendo do ângulo e da polarização da luz que cai sobre ele) tanto em suas asas, como sobre seu corpo. Propriedade esta que clareia nossos pensamentos mais ocultos e pré estabelecidos por nossas experiências a nosso próprio respeito, dando-nos a capacidade de visionar harmonicamente com o universo de forma sensata e sábia. A propriedade mágica deste aspecto consiste em desmascarar o verdadeiro eu e remover as dúvidas quanto a nossa própria identidade, essa ação menciona a auto-descoberta e remoção do “eu” inibido.

O tempo é algo muito valioso, é indispensável a valorização do foco na vida e nos momentos que ela nos proporciona. É na exatidão do viver que nos descobrimos em potência e ciência de quem realmente somos, nosso lugar no espaço, para que vim a este mundo, as minhas vontades e sonhos ... Justamente como se vive uma libélula em sua fase adulta, permitindo o exercício da vida sem arrependimentos e vivendo-a com responsabilidade, foco e total presença.

Temos muito a aprender com esta energia, o caminho desperto da libélula é muito intenso e não é para qualquer pessoa. É preciso ter muita força de vontade e paciência para se trabalhar com esta energia, mas quando conquistada, esta energia sem dúvidas transforma e muda nossa vida radicalmente.


Ruan Sena


Magia Natural

A magia natural é direta e objetiva. Apesar de tudo o que possa ter ouvido, a magia não é algo sobrenatural, não natural ou mesmo alienígena. Ela está em nossos próprios quintais, em nossas casas; na própria essência de nossos seres. As forças da Natureza dão poderes à magia – e não aos demônios, "Satã" ou anjos caídos.

Um dos maiores mistérios da magia é que não há mistérios. Pelo contrário, eles estão constantemente se revelando ao nosso redor. O estudo de um simples botão de rosa, de uma folha de grama ou do sopro do vento por meio das folhas de uma árvore revelará tanto quanto, senão mais, sobre a verdadeira natureza da magia do que uma centena de empoeirados tomos renascentistas.

A Natureza é o universo em si. Não apenas seus poderes, mas também suas manifestações. Algumas dessas manifestações, como os espelhos, são artificialmente produzidas, mas estão ligadas e conectadas aos poderes da Natureza por intermédio de seu simbolismo.

Em nossa era cada vez mais automatizada, muitas pessoas se encontram isoladas do planeta que sustenta e mantém nossas próprias vidas. A verdadeira dependência que temos da Terra está esquecida. Muitos estão rompendo suas conexões com a Terra. Como resultado, este é um período de grande agitação, tanto nos planos individuais como no global.

A magia da Terra pode ajudar a descobrir, trabalhar e resolver muitas das pequenas crises e problemas que nos afligem atualmente enquanto indivíduos. Certamente não é uma solução simples para os problemas do mundo, mas pode trazer ordem a nossas vidas, e isso já é um bom começo.

Segundo o pensamento da magia, o corpo humano é o "microcosmo" (pequena representação) da Terra, que seria o "macrocosmo". A Terra é também o microcosmo do Universo. Em outras palavras, somos representações da essência do planeta e, por conseqüência, do Universo. Assim sendo, ao mudarmos a nós mesmos, mudamos a Terra e o Universo.

A magia é útil quando traz tais mudanças a nossas vidas e, dessa forma, à própria Terra, e tais mudanças devem ser positivas.

O objetivo de toda magia, trilhas ocultas e religiões místicas é a perfeição do ser. Embora isto possa não ser obtido em uma vida, é perfeitamente possível que melhoremos a nós mesmos. Este ato singular já faz com que a Terra se torne muito mais saudável.

Se praticar qualquer magia, seja ao desenhar um coração na areia, contemplar um espelho para antever o futuro, seja para atar um nó para auxiliar um amigo com problemas, tenha em mente os mais elevados aspectos de seus trabalhos. Você está melhorando o mundo e ajudando a curá-lo das terríveis mazelas que sofreu por nossas mãos.

É isso que torna o praticante da magia natural verdadeiramente divino.

Fonte: 'Magia Natural: Rituais e Encantamentos da Tradição', de Scott Cunningham
Disponível no site: http://www.circulosagrado.net/cs/magia/magianatural/magianatural.php


Por Alexandre F. Dar´c

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Desarme-se

Sempre procuramos as melhores palavras para nos definir. Talvez as maiores, as mais difíceis de pronunciar ou as mais exóticas. Temos uma necessidade de falar bem e de mostrar para todos que nos circundam que somos importantes, que existimos e que não somos somente aquela pessoa chata que espera ansiosamente o expediente de trabalho terminar para chegar em casa, ligar a televisão e soltar algumas palavras com as paredes rs. 
De fato somos seres que mascaramos realidades o tempo todo, máscaras estas que reprimem a vontade insana de ser. Fico me perguntando por que gostamos tanto de ser bem vistos e nos preocupamos tanto com as opiniões alheias, esquecendo-nos da nossa própria essência. É certo que as demasiadas opiniões nos constroem em subjetividade e nos fazem visionar o mundo de forma ampla e desapegada de conceitos próprios, porém, o risco de ser infeliz é mais provável. 
Lembre-se que toda repressão que insistimos atuar, nos mutila de dentro pra fora, deixando-nos desprovidos de sentir.  Viver atrás de armaduras e justificativas te protege de muitos, assim como o priva de tantos outros de boa fé.
Oportunidades nem sempre batem a nossa porta mais de uma vez, e recebe-las com armas é uma forma grosseira e ingrata de corresponder o universo, portanto desarme-se.