terça-feira, 20 de maio de 2014

Recipocidade

   Quando falamos de reciprocidade, é necessário que primeiro analisemos nossas próprias condições e exigências a respeito do que se é de fato recíproco; talvez, me falte uma definição exata do que significa a tal manifestação sentimental e qual o seu lugar ocupado em nossas vidas.
Mesmo sendo várias as formas de se explicar,de forma geral, ser reciproco é ser presente numa relação entre duas partes, quando existindo de um lado, existe de igual modo no outro. Assim, um sinônimo de reciproco é ''mútuo''.
   Concordo com a definição, ser recíproco é ser mútuo. 
   A questão é quando tal definição me é exagerada de certo modo que eu a faço mesclando sentimentalmente os meus próprios desígnios e vontades. Precisa-se ser empata no sentido mais simplista  de se colocar no lugar do outro, levando em conta toda sua carga emocional, sua personalidade, suas relações com o espaço na qual está inserido e etc. Defender idéias próprias sobre a forma com a qual ''EU'' particularmente quero e desejo ser tratado tanto prejudica sua conduta frente as relações quanto a relação em si. 
   Estamos vivendo num mundo de carência afetiva exageradamente grande, alguns perderam a vontade de dar sem esperar nada em troca, respeitando o tempo de cada um. Nós queremos e exigimos esta recompensa afetiva. Ora se dei flores é porque já estou pensando no caminhão de rosas que quero á minha porta. Bom, acho que as flores ficam mais bonitas no jardim, onde o perfume é mais doce e as borboletas vem pousar, alegrando mais o ambiente. 
   Não é falta de romantismo, muito pelo contrário, o romance é mais interessante quando simples e ocorrido no momento inesperado e carregado de espontaneidade. 
   Enfim, de todas as palavras, penso e logo escrevo que antes de recíprocos na forma egocêntrica de ser, precisamos ser empatas. Analise o que acontece de verdade ao seu redor,esteja atento aos detalhes pequeninos que se escondem nas grandes exigências, perceba e sinta as palavras, os gestos, não se apegue as suas próprias vontades, elas são bem vindas, mas em determinados momentos nos cegam e nos privam de ver o belo á nossa frente.

Outono/2014

Ruan Sena


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