sábado, 2 de agosto de 2014

Espelhos

 Certo dia cai dentro de mim, num abismo sem fim. A cada segundo pensava eu ter encontrado o fundo do fundo, mas não! Era apenas minha consciência tentando desacelerar meu coração tão aflito e ritmado. Não encontrava meus jardins, minhas tantas palavras e princípios, tudo e todos se perderam na mera busca de chão.
 Daria tudo naqueles poucos segundos, pra sentir o que sentia antes, apenas sentir, pois nem isso conseguia mais...
 Meus sentidos não mais obedeciam meus comandos, que coisa não! Logo eu que pensava estar tudo sobre controle. Tudo me feria, até mesmo o suspiro que lentamente eu me esforçava em liberar.
 Então, não vi luz, nem fundo de túnel algum como muitos costumam te encorajar por aí; apenas avistei de longe um espelho, e neste espelho o reflexo de mim, dos créditos e marcas, das verdades que não sentia medo de assumir caso fosse preciso. Me construí assim, não tem dessa de verdade absoluta. No fundo do fundo, do túnel, no fim das forças, só existia "Eu" e eu já era o bastante.



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