domingo, 6 de janeiro de 2013

O dono da dança

A dança da vida mais uma vez começa.
A música que preenche o espaço e marca os passos?
São tantas!
O velho que varre as folhas secas do chão;
A porta emperrada da padaria que se abre;
A sirene de uma viatura que passa;
O silêncio de uma mulher que me olha com olhos falantes;
O sino da igreja que toca;
O andar, os gestos das tantas pessoas que madrugam no ponto de ônibus;
As luzes que se apagam ao cair o véu claro da manhã;
O pombo que cisca contente a árida terra;
O pardal que bica a migalha de pão;
O cachorro que brinca com seu dono;
O dono que não escuta.
O dono que não fala.
Que emudece as perguntas.
Mas o único que dança, porque sentiu tudo. Porque viu que a vida canta e sua melodia é tão simples quanto a sua forma simples de viver, tão simples como a brandura de sua alma.




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