Abismado com as palavras de uma senhora de uns 75 anos que encontrei no ponto de ônibus próximo a minha casa. Sua face riscada pelo tempo, riscos que me contavam as experiências nada agradáveis vividas por ela. Um filho que a xingava e a maltratava cotidianamente, a fazia de capacho, ou como ela disse que ele costumava chamá-la, ''véia miserável''.
Com toda paciência do mundo, suas palavras pausadas para conter as lágrimas que começavam a surgir no canto dos seus olhos esbugalhados pela magra fisionomia, dizia não sentir raiva e nem ressentimento.
- De filho a gente aguenta tudo, mesmo que ele não mereça e nem reconheça, só tô fazendo a vontade do Pai lá de cima, sendo mãe. E assim nóis vamo vivendo até que a terra me cubra no silêncio e me traga a paz que hoje não tenho.
E eu? Parei, pensei e chorei !
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