sábado, 8 de dezembro de 2012

Des(acredita)do.

  Certa vez, um rapaz resolveu colocar a prova toda sua capacidade de amar. Queria provar para si próprio de que o amor era um engano, uma fraqueza humana. 
  Recortou então vários coraçõezinhos de papel e os pendurou nos galhos secos de uma pequenina árvore que havia encontrado no quintal de sua casa, e que por falta de cuidados viera a morrer.
  - Como esta árvore seca, meu amor também secará,e então, me sentirei mais forte e não mais cairei nestas armadilhas - repetia incansavelmente o rapaz para si, como uma espécie de encantamento.
  A cada vez que tinha uma experiência de desamor, retirava um coraçãozinho da pequena árvore seca e o rasgava, simbolizando menos um amor, menos uma dor. 
  O tempo foi passando e os corações estavam chegando ao fim. 
  Restava apenas um. 
  Foi quando percebeu que a árvore havia dado espaço para pequenos brotinhos e que seus galhos começavam a exibir uma folhagem nova e brilhante, escondendo por entre as folhas o último coração.
  De certa forma, aquele coração permaneceu entre as folhagens, e ele percebeu então que o amor é muito mais do que sentimento, que está além da compreensão humana, que é divino, que está em toda parte, não se limita a pessoas ou a atos ou pensamentos. Não se resume em palavras bonitas, as vezes o amor é feio como aquela árvore seca, doído, aparentemente sem vida. O segredo está em nunca desistir, como a natureza nunca desiste e então chegaremos a conclusão de que no fundo do fundo é simples ser feliz, e que esta simplicidade se chama Amor.


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