segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Desinflamado de amor

Desinflama-me o coração, cansei das dores e das feridas maltratadas a cada vez que ouço suas palavras, seus soluços, seus versos vazios e as lágrimas forçadas. Desencana, me desengane, não minta e não finja os sentimentos que por mim nunca vão vingar. Me deixe andar sozinho pela cidade escura, vagando e pedindo ajuda nas encruzilhadas, vai que o santo me ouve! Prefiro os passos lentos e solitários que os largos que você me oferece. Não se preocupe meu amor, o silêncio me trará também as respostas. O único barulho que quero ouvir é o barulho das ondas batendo nos corais á beira mar e com este barulho, que para mim soa como melodia, farei minha oração a mãe das águas. Pelo menos a salgada água do mar se confundirá com minhas lágrimas que escorrem pelo canto dos olhos e talvez ao raiar do dia eu já me sinta bem, pronto para devolver ao mundo o coração lavado na salmoura, doente, mas já desinflamado de amor.





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